
A minha âncora partiu-se
Naquela noite de domingo
Resta uma coisa estranha que dói...
Eu amava as tuas mãos
Mas calei a voz das minhas
E eu tinha sede, sabes?
Eu tinha sede...
Nunca o soubeste
A fonte não grita
Ao viajante que passa
Partiste... E o teu último olhar
Deixou em mim
Uma coisa estranha que dói...
Procuro em vão
A causa que te levou...
Sei que sentes na alma
O peso da angústia
E eu que posso dar-te!?
O que tenho para te dar?
Não posso quebrar as grades
Que me separam de ti
Nunca ouvirás o meu grito
Nunca poderás arrancar este espinho que me rasga o coração
Tu não sabes! Tu não sabes!...
E partiste, não sei para onde
Resta uma coisa estranha que dói...
Horas feitas de silêncio de dor e de saudade...
O chapéu que foi fonte de comunicação dorme agora em cima de um roupeiro
Ponte caída que já não posso erguer porque não sei onde estão as tuas mãos
Cortei minhas próprias asas
Amordacei minha própria vida
E hoje não conheço
As pedras do teu caminho nem a côr dos teus olhos
Só tenho uma coisa estranha que dói...
1 comentário:
Há dores que nenhuma palavra consegue descrever, é um turbilhão de sentimentos que não conseguimos uma definição correcta e infelizmente a dor é só de quem a sente.
É um mau e doloroso momento e espero que nunca exista na tua vida.
beijinhos.
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