Certa madrugada fria irei de cabelos soltos ver como crescem os lírios. Quero saber como crescem simples, belos e perfeitos!Ao abandono nos campos...

quinta-feira, janeiro 26, 2012




Pensei em escrever-te...
Talvez improvisar umas linhas no papel branco, deixar a caneta fluir sem parar, evitando assim esconder-me nas entrelinhas.
Vou desnudar meus desejos no papel, desenhar beijos nas letras, tentar tocar-te...
Vou pegar nas palavras e cozê-las ao papel, para que não desapareçam com o tempo.
Vou pedir-te para regares os sonhos que cultivo em ti.
Implorar-te para não pensares como sou, deixa o papel desvendar-me.
Peço-te que sintas o que o papel não vai esquecer.
Vou bailar nas letras, tocar nas palavras, para dançares na leitura.
Vou gritar  palavras para que não se percam no silêncio.
Pensei em escrever-te uma carta...
Porque é mais fácil falar no papel do que escrever com a boca.

terça-feira, janeiro 24, 2012

Existe uma dor dentro de mim dificil de digerir. Não é nada comparada com algumas que conheço mas é a minha e doi-me a mim. Isso basta. Lenta como sou, sei que vou demorar anos a conseguir a dar nomes aos sentimentos que tenho e isso irrita-me porque sou impaciente por natureza. Sempre lidei melhor com os erros cometidos por mim do que com os erros cometidos por outros. Não porque me consiga desculpar com maior facilidade a mim (não consigo, pelo contrário), mas porque consigo castigar-me mais facilmente a mim do que aos outros. Existe algo de libertador no castigo e eu não te consigo castigar por isso, não me resta outra opção que conseguir perdoar-te. Se conseguir.

terça-feira, janeiro 03, 2012



Por vezes as pessoas falam muito e dizem muitas coisas.

Só que tudo na vida se lê nas entrelinhas.
Tudo.
E de pouco ou nada serve um discurso todo bonito se esvaziado de conteúdo ou expressão prática.
É que as pessoas, mais do que pelas palavras, medem-se sobretudo pelos gestos.
Pelo que fazem ou não fazem em cada momento.
Pela disponibilidade.
E pelas escolhas.
As pessoas também se aferem pelas escolhas.
Tal como os afectos.
O amor nem sempre se revela em portentosas e pontuais manifestações.
O amor afere-se a cada dia, todos os dias, e sempre nos detalhes, nos pormenores.
E na importância que se dá aos mesmos.
Ou não.
Às vezes tiramos conclusões precipitadas.
Às vezes julgamos as pessoas de acordo com uma primeira impressão.
Às vezes temos de pedir desculpas. Às vezes é bom reconhecer que nos enganámos.
Às vezes...