Pensei em escrever-te...
Talvez improvisar umas linhas no papel branco, deixar a caneta fluir sem parar, evitando assim esconder-me nas entrelinhas.
Vou desnudar meus desejos no papel, desenhar beijos nas letras, tentar tocar-te...
Vou pegar nas palavras e cozê-las ao papel, para que não desapareçam com o tempo.
Vou pedir-te para regares os sonhos que cultivo em ti.
Implorar-te para não pensares como sou, deixa o papel desvendar-me.
Peço-te que sintas o que o papel não vai esquecer.
Vou bailar nas letras, tocar nas palavras, para dançares na leitura.
Vou gritar palavras para que não se percam no silêncio.
Pensei em escrever-te uma carta...
Porque é mais fácil falar no papel do que escrever com a boca.