Certa madrugada fria irei de cabelos soltos ver como crescem os lírios. Quero saber como crescem simples, belos e perfeitos!Ao abandono nos campos...

quarta-feira, outubro 29, 2008

Um anjo!



Ele é silêncio e sorriso branco.
Não lhe vejo as asas mas sei que as tem.
Os olhos são castanhos,
doces e observadores, raiados de verde.
Parecem distraídos mas vêem-me a alma
E então olha para mim.
Num sorriso sereno chama-me em silêncio.
Não se move.
Está nu sentado e, tem as pernas flectidas
Para que se pense que os anjos não têm sexo
Mas, a sua barba de 2 mm e os musculos denunciam-lhe o sexo.
Tem salpicos brancos pelos cabelos curtos...
Mais um indício de que tem sexo.
E volta a sorrir-me num ângulo que desenha sobre o ombro.
Tão perto mas de longe ,...num convite...
Olho-o silenciosa
Como se quisesse saborear o medo de descobrir a sua existência.
E então.... abre as asas...Poderosas...brancas de ternura
E envolve-me ....
fecho os olhos para o ver melhor
Dá-me tudo o que um anjo pode dar a um mortal
os beijos são tão suaves que não sei de durmo se
o sinto
tem braços quentes e protectores, tem lábios macios e húmidos,
tem dedos sensíveis, tem cheiro...aroma...
tem alma...respira...tem som...hálito...e boca
temperatura.....pele...toque
Tem sexo.....
E eu tenho tudo e
o céu ali ao pé de mim e em mim.
Abro os olhos, ......não morri....

Olho-o, sorri-me .... fecha as asas e adormece ao meu lado.

terça-feira, outubro 28, 2008

Talvez...


Talvez…
Talvez a questão seja eu, talvez esteja em mim.
Talvez a questão seja eu e esta minha sede desmedida de vida.
Talvez seja esta minha vontade sufocante de querer abraçar.
Talvez seja esta minha vontade de partir para um qualquer lugar onde me esperem ou não, sem nota prévia de chegada ou hora marcada de regresso.

Talvez seja eu e este meu desejo incontrolável de querer VIVER.
Talvez seja eu e este meu desejo incontrolável de querer DAR.
Dar, dar-me por inteiro. Intensamente. Plena.
Porque só assim faz sentido e sei viver.

E SENTIR…
Sentir a alma vibrar, o corpo estremecer com um sorriso num rosto, um brilho de um olhar, a ternura de uma mão que se estende, o calor que se dá e recebe num abraço, como uma meta cumprida, um objectivo atingido, um sonho realizado.

Talvez…
Talvez seja eu e esta minha avidez de querer parar de escrever a página de um livro cuja personagem deixei de reconhecer, e começar outro. De novo. Com o Eu que conheço, que sempre fui e que perdi num qualquer parágrafo escrito no lugar errado, que fez mudar o rumo desta que é hoje uma desinteressante história. Um enredo que vai perdendo a cada dia o sentido, com um epílogo demasiado previsível.

Talvez…
Talvez seja eu, mera figurante ou personagem em papel inadequado.
Talvez seja eu e minha cupidez de querer correr pelas linhas, tropeçar nas vírgulas, cair nos pontos finais e erguer-me para um novo parágrafo, uma nova página. De querer aprender pela passagem dos pontos de interrogação, deliciar-me com pontos de exclamação, mergulhar nas reticências e absorver tudo o que está para além delas.

Talvez…
Talvez seja eu e esta minha sofreguidão de me superar a mim mesma. Porque acredito que nunca sou o bastante e que posso ser sempre mais e melhor.

Talvez…

Talvez seja eu:
a loucura sentenciada pelos que me crêem saber!

Talvez seja eu:
a lucidez entendida pelos que me conhecem!

terça-feira, outubro 21, 2008

Hoje olho-te...


Hoje olho-te com a indiferença de um passado distante,
Já não sinto aquele aperto imenso dentro do peito,
Já não sinto o coração a bater descompassadamente,
Já não baixo o olhar, limito-me a seguir adiante,
Já não sinto mágoa, nem dor nem sequer despeito,
Já não sinto tristeza nem choro como antigamente.
Hoje olho-te à distância de um amor imenso
Que foi sem nunca ter sido mais que uma ilusão.
Hoje olho-te à distância e com um sorriso penso
Que és de todas a minha mais doce recordação.
Hoje olho-te à distância e não consigo evitar a saudade
Que a tua simples presença trás à minha memória.
Hoje olho-te à distância e sinto em mim essa verdade
Que me diz que és sem ter sido a minha melhor história!

quinta-feira, outubro 16, 2008

ESTE AMOR QUE NÃO CABE NAS PALAVRAS




Escrevo-te hoje, ontem e sempre, sei que existes,
encontro-te na poeira dos meus olhos.
Sinto o teu rosto queimando nos meus dedos, onde
procuro o sol dos teus desejos.
Procuro-te, naquele abraço azul da côr do céu, e, naquele
momento em que a minha lágrima faz companhia a dias perdidos.
Há segredos que deixam pégadas no meu corpo,
e têm o teu sorriso no calor da meia noite.
Quando te vi, pensei, que era a tua serenidade que se juntava
à minha melodia de mil cores, num desejo de
existir, e ter nos olhos da lua a eternidade desta paixão.
Perdi-me, num puro desejo de ser amada, e num despertar
longinquo de ilusão.
Juras-te que sim, numa melodia de palavras soltas e
alucinadas deste amor.
E no pranto duma rosa, supliquei-te ternura.
Lentamente, entornaste a noite sobre o meu corpo, e o teu sorriso
desenhou na minha alma, esta paisagem de aromas que vive
dentro das minhas palavras de poesia.
Em arabescos quero escrever na orla dos teus olhos, palavras dum instante feliz, sem segredos, sem aromas, na madrugada que teima em pintar o arco-iris numa estrela sem luar.
Amanhã haverá outro luar...pintado com lágrimas que vão pingando em taças de cristal, onde gaivotas em soluços de paz
irão beber gota a gota os sinais já esgotados desta paixão.
Sabes onde estou??
A caminho duma montanha de PAZ.
Espero-te !!!
Tens lá a tua ternura...e a minha lágrima que secou...por TI...

terça-feira, outubro 14, 2008

Quantas vezes...





Quantas vezes nós pensamos em desistir,
deixar de lado, o ideal e os sonhos;
Quantas vezes batemos em retirada,
com o coração amargurado pela injustiça;
Quantas vezes sentimos o peso da responsabilidade,
sem ter com quem dividir;
Quantas vezes sentimos solidão,
mesmo cercado de pessoas;
Quantas vezes falamos,
sem ser notados;
Quantas vezes lutamos por uma causa perdida;
Quantas vezes voltamos para casa,
com a sensação de derrota;
Quantas vezes aquela lágrima, teima em cair,
justamente em que parecemos ser fortes;
Quantas vezes pedimos a Deus,
um pouco de força, um pouco de luz;
E a resposta vem, seja lá como for;
Um sorriso,
Um olhar cúmplice,
Um cartãozinho,
Um bilhete,
Um gesto de amor,
E a gente insiste;
Insiste em prosseguir, em acreditar,
Em transformar, em dividir,
Em estar, em ser;
E Deus insiste em nos abençoar,
Em nos mostrar o caminho;
Aquele mais difícil,
Mais complicado,
Mais bonito.
E a gente insiste em seguir,
Porque tem uma missão...
SER FELIZ"

Quantas vezes quero acreditar, que o mundo vai mudar...

quinta-feira, outubro 09, 2008

Desculpa!...




Desculpa, se a páginas tantas
me perco e te esqueço
se me embrenho em palavras
e letras e cores e outros sons
e danço outras músicas
e me esqueço dos teus tons
Desculpa se te apanho num turbilhão
te enrolo e destroço
aparentemente sem razão
se te arranco o chão
debaixo dos pés
e desarmo e desconcerto
o homem que és
Desculpa, se recuso o teu beijo
mas, se me tocas expludo de desejo
se não procuro o teu abraço
se te fecho a porta do meu espaço
se não sei fingir sorrisos
se me calo, se te ignoro
se sou o pior dos portos de abrigo
se não tenho palavras e me escondo
Desculpa se te transtorno,
me transformo,
e vives em perpétuo abandono
Desculpa, se não vou onde estás
se és café e eu aroma de mil chás
se procuras um ombro e eu um amante
se te vejo pequenino e te sentes um gigante
Desculpa se os meus horários
são tudo excepto ordinários
se do que esperas de mim,
apenas tens os contrários
Desculpa todos os beijos, carinhos,
os silêncios, os desatinos
todas as sombras, as horas longas

Desculpa, em resumo, todos os dias
Em que não fui quem tu querias.
Fui como sou.
E é tudo isso que te dou...

domingo, outubro 05, 2008

Amizade imperfeita...


A amizade que te dedico é pura e verdadeira, mas assim como eu, ela não é perfeita!
Tem um "quê" de egoísmo, necesita de cuidados, exige reciprocidade e por isso é interesseira.
Não te dou de graça, porque espero retribuição.
Espero a mesma atenção, iguais carinhos e consideração.
Espero a verdade sempre, mesmo que faça doer, no entanto não tolero traição.
Dentro destes princípios, ofereço-te sem restrição a mão amiga, lealdade e dedicação.
Saberei ter tolerãncia para ceder, e espero que asim o faças também.
Saberei entender os teus momentos de solidão, assim como espero que entendas os meus.
Espero que compartilhes muitos momentos, de alegria ou de dor, sem distinção!
Se, por justo motivo, em algum momento falharmos, saberemos dar o devido perdão, mas que fique isso em carácter de excepção.
Se o nosso trato de amizade nessas bases vigorar, fica sabendo que comigo, sempre poderás contar...

quinta-feira, outubro 02, 2008

Tempo de viver...


"Ando sem paciência nenhuma para pessoas novas.
Por mais que me pareçam isto ou aquilo... (quase) todas vão parar ao mesmo: nada.
E um pouco de mim fica em nada, também.
Por isso, para me poupar.. vou dar os "pedacinhos de mim" a quem os sabe guardar."
Disse eu.
"Pessoas novas a aparecer, com conversas e promessas de novidade.
Acreditas nelas até ao momento que vês o mesmo de sempre, o tal "novo" que já está velho e gasto.
E, com o tempo, reparas que o que precisas não cresce naquele terreno.
As tuas raízes não te nutrem, nem te conseguem alimentar ali.
E tens que te colocar noutro terreno, um em que possas vir a dar flor e fruto."
Pensei eu.
"Quando digo um pedacinho de mim.. é dum pedacinho de esperança, que falo.
Quando se precisa e se sente falta, não há botão on e off para desligar a necessidade.
Ela está sempre lá, a cada batida do coração, a cada fluxo de sangue ao cérebro.
E mesmo que saibas para o que vais, mesmo que tenhas a certeza do que vais ver e ter, há sempre aquele pedacinho que espera ser surpreendido.. e que se vai perdendo, por não o ser.
É isso que não quero perder!"
E mudei.


P.S. Até uma próxima. Não sei se próxima ou distante. Agora preciso de tempo, não para te procurar, mas para viver-me.