Certa madrugada fria irei de cabelos soltos ver como crescem os lírios. Quero saber como crescem simples, belos e perfeitos!Ao abandono nos campos...

segunda-feira, setembro 29, 2008

Como dói.


A minha âncora partiu-se

Naquela noite de domingo

Resta uma coisa estranha que dói...

Eu amava as tuas mãos

Mas calei a voz das minhas

E eu tinha sede, sabes?

Eu tinha sede...

Nunca o soubeste

A fonte não grita

Ao viajante que passa

Partiste... E o teu último olhar

Deixou em mim

Uma coisa estranha que dói...

Procuro em vão

A causa que te levou...

Sei que sentes na alma

O peso da angústia

E eu que posso dar-te!?

O que tenho para te dar?

Não posso quebrar as grades

Que me separam de ti

Nunca ouvirás o meu grito

Nunca poderás arrancar este espinho que me rasga o coração

Tu não sabes! Tu não sabes!...

E partiste, não sei para onde

Resta uma coisa estranha que dói...

Horas feitas de silêncio de dor e de saudade...

O chapéu que foi fonte de comunicação dorme agora em cima de um roupeiro

Ponte caída que já não posso erguer porque não sei onde estão as tuas mãos

Cortei minhas próprias asas

Amordacei minha própria vida

E hoje não conheço

As pedras do teu caminho nem a côr dos teus olhos

Só tenho uma coisa estranha que dói...

domingo, setembro 28, 2008

Súplica.


É nesse mar sem ondas...
É nessa praia deserta ao entardecer,
Que encontro no silêncio o amigo que nunca me trai;
O que ouve e não dá respostas;
O que aconselha sem falar;
O que abraça sem braços.
As ondas vão e vêm com a mesma segurança,
Numa coreografia assimétrica,
Desfazendo as pegadas que deixei na areia.
Já não correm lágrimas...
Ou correriam?...
Ou continuo a confundi-las com os salpicos da água salgada?
Mas o tempo passou
E em mim nada mudou...

sexta-feira, setembro 26, 2008

DESISTO



Desisto de ti porque até o amor tem limites, tem um fim anunciado, mesmo quando não acaba.
Desisto de ti com a mesma força com que amei e por isso tenho a alma rota, o coração guardado numa caixa, com fotos, cartas e outras coisas ridiculas.
E aqui estou eu...
E é como se fosse invisível esta dor insuportável que me aperta o peito e me fixa o olhar como se estivesse drogada, dopada e incapaz de ser mais do que esta representação de mim mesma.
Desisti de ti e comuniquei-o a todo o meu corpo.
Disse à minha pele que esquecesse a tua, o teu perfume afinal nunca existiu e os meus ouvidos nunca reconheceram os teus passos na escada.
Mas apenas a minha cabeça compreende perfeitamente esta decisão.
O resto de mim foi-se embora e não sei quando voltará, porque leva tempo a habituarmo-nos à tua ausência, a mim e ao meu corpo e à minha alma.
Quanta gente sentirá o mesmo?
O amor é sempre igual, mesmo quando é diferente.
A urgência do outro, do corpo do outro, da voz e sei lá que mais, tudo é igual em quem ama.
Por isso a separação também é idêntica.
E neste preciso momento uma boa parte da humanidade tem estes olhos vazios, este amargo na boca e aperto no estômago.
É engraçado saber-me acompanhada por desconhecidos.
É engraçado e irónico que entre essa multidão não estejas tu.
Desisti de ti e tu nem sequer o percebeste...
Apenas um número de telemóvel retirado na lista, apenas alguém que te fez rir e ter prazer.
É este o resumo da minha história. Engraçado, não é?"

QUANTA GENTE SENTIRÁ O MESMO...

quarta-feira, setembro 24, 2008

Espera...


Espera…
Não partas já…
Ouve o que ainda tenho para te dizer…
Remexendo as cinzas do passado, encontrei um cristal que ainda reluz…
As cartas… os postais… o postal… o último postal…
A lembrança de um tempo que não tem fim…
A recordação intemporal da mais bela história… a nossa história…
A voz… o timbre da tua voz que calava a poluição sonora.
O sorriso… o teu sorriso que dava mais cor às pedras do Arquinho.
As brincadeiras… o espelho da nossa infantilidade…
A porta da tia velhinha… O smoking…
A timidez disfarçada pelo riso estridente que fazia eco nas muralhas…
O aviso da partida… duma partida sem regresso.
As lágrimas entrecortadas por promessas…
Os beijos… os cálidos beijos, cátedra do nosso amor.
Mais tarde a aparição na tua praia, onde todos se atropelavam mas só nós existíamos… Olhares suspensos… palavras mudas… inquietude traduzida em silêncio…
Corri para o mar na esperança de afogar uma visão que me cegou.
Infrutíferas braçadas…
A âncora partiu-se…
Resta-me a estrela, a nossa estrela que irá perpetuar um sonho que foi nosso.

segunda-feira, setembro 22, 2008

Recordando meu pai...


Pai, que se foi com Deus
nem faz tanto tempo assim
muito eu tinha a lhe dizer
se ainda pode, ouça-me.

Amar, eu sempre o amei
respeitá-lo eu aprendi
só o que eu não pude, pai
foi cuidá-lo até o fim.

A saudade açoita-me a alma
ao me lembrar de você
o tempo é sempre o algoz
de todo o nosso bem querer.

Julgo encontrá-lo algum dia
quero que espere por mim
dar-lhe-ei o último abraço
que em tempo eu não consegui.

Pai, se é que isso o ajuda
eu oro sempre por você
nesses momentos, é o sorriso
o que eu fico a perceber.

Seu sorriso tão bonito
que às vezes não compreendi
vendo na sua alegria
motivos para reprimi-lo.

Perdoa pai, se puder
sei que não vai recusar
sei que ainda sou seu anjo
que nunca deixou de amar.

Que Deus o mantenha aí
num canto bem aquecido
pois o que o abominava
era ter frio, meu querido.

Hoje não tenho suas mãos
a me cobrir nas madrugadas
mas tenho a lembrança boa
que foi por você deixada.

Até um dia, Pai! Fica com Deus!
Que Ele, eu sei, o compreende.
Um dia, eu estarei com os dois
e serei feliz... finalmente!

FELIZ ANIVERSÁRIO PAI... ONDE QUER QUE ESTEJAS!!!
TUA FILHA!

quinta-feira, setembro 18, 2008

"This is the strangest life I've ever known" (Jim Morrison)


Tu querias ser eu e eu queria ser tu.
E nem sequer sabíamos quem éramos.
Aqueles olhos cor de mel que nunca mais os vi.
Aquela música cor de um tempo que esquecemos...
Agora já "strange days" e "Life of Sundays" já não passam de conjuntos de notas musicais e palavras bonitas.
Não passam directamente à alma como dantes.
Faziam-nos sentir saudades do que nunca tínhamos tido...
Tenho tantas saudades de ter saudades.
Alguma reminescência de alma, mas leve e triste..."If i could tell you what you need to know, if i could help you to get on with the show"...
A praia deserta e os pensamentos feitos de um mar de emoções azuis claras... Sentados numa rocha ao fim da tarde ou ao fim da manhã.
Cor de laranja que ficava tão mal e tão bem..."I wish i was a souvenir you kept your house kee on".
A vida numa onda quente de Verão.
Dava tudo por mais cinco minutos na água...
Que risos tão sinceros tão cheios de esperança.
Não penses que o esquecimento e o vazio não deixam mágoa nem ocupam lugar..."No love no glory..."
A angústia pesa tanto como o amor. "What is between the star and the see? A bird as bright as a bird can be, what is between the bird and me, only a star, only the sea, only a star, only the sea..."
Afinal voltei a ver aqule olhar cor de mel cheio e água morna e abraços de felicidade...
Deste-me a mão já muito tarde, já se viam as primeiras estrelas...
Mas ainda acreditei em ti e em mim como num sonho bom.
Que ainda é... "E o teu retrato em cada rua onde não passas trazendo no sorriso a flor do mês de Maio..."
Que mais existe para além do que guardámos para sempre no olhar e na alma?
Sempre que o silêncio aparece, fica a palavra escondida no pensamento a lembrar-nos que todas as palavras representam o silêncio em fuga.
O que não dissemos?
O que não te disse?
O que ainda temos para dizer para além do silêncio?
Tudo o que ficou por calar.
"Vivemos sempre a preto e branco o programa que afinal é a cores..."
Fica mais um pouco.
A diferença entre o próximo segundo e a próxima vida.
Não chores mais.
Vamos de novo ver o mar.
Como nos velhos tempos.
"And so it is, just like you said it woul be, life goes easy on me, most of the times..."

terça-feira, setembro 16, 2008

Descuido...

Nem te apercebeste, mas pouco a pouco, sem dares conta, habituei-me a viver sem ti!
E, as noites sem ti que antes eu achava longas demais...
Agora têm o sabor da liberdade!
O coração já não bate mais forte cada vez que o telefone toca...
A tua ausência já não me magoa...
A tua voz que eu achava linda, agora sinto-a vulgar!
Já nem o sorriso, que me conquistava...
Nem ele consegue, que eu tenha saudades...
Descuidaste-te...
E, eu descobri,o prazer de viver só!
Sem horários, sem compromissos, sem cobranças...
Foi um cruel descuido da tua parte, que me fez voltar à realidade!
Descuidaste-te!
E eu descobri que afinal posso ser feliz sem ti!
Foi um triste descuido...

segunda-feira, setembro 08, 2008

quinta-feira, setembro 04, 2008

Quero


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Porque não!


Hoje não me apetece uma imagem.
Não me apetece um texto bonito.
Não me apetecem palavras.
Hoje não me apetecem sorrisos.
Não me apetecem brilhos no olhar.
Hoje não me apetece acalmar o coração que teima em bater com tanta força!
Não me apetece deixar de tremer pela ansiedade que provocas em mim.
Hoje nem sequer me apetece esperar que chegue o momento em que me vais mostrar que sou importante, que sou especial...
Hoje não me apetece ter forças para esperar que me digas coisas bonitas, que sou tua, que me adoras.
Porque hoje, tudo o que me apetece é que o dia de amanhã chegue depressa e que seja melhor do que o de hoje.
Porque hoje... não é o melhor dia...!

terça-feira, setembro 02, 2008

A decadência!


Estou sem rumo!
Sinto-me no limite das minhas forças...
A insónia tornou-se a minha companheira de noites intermináveis,e roubou-me o direito a sonhar...
Quero arrancar do meu peito este enorme vazio de sentimentos...
Já nem sei se vale a pena viver!
O tique-taque do relógio anuncia que é tarde demais...
O espelho informa-me que a juventude há muito me abandonou!
E, lentamente... Quase a medo, passo os dedos pelo meu rosto, sinto cada ruga, e lembro com alguma saudade a história de cada uma delas...
Os meus lábios cerrados, escondem um sorriso, antes bonito e espontâneo...
E guardam para sempre o sabor dos beijos que nunca dei...
Os meus seios murcharam na esperança de um dia alimentar alguém...
As minhas entranhas estéries nunca incharam meu ventre para uma nova vida...
Minhas lágrimas rolam livres, e soltam-se a cada madrugada, aquecendo meu corpo frio!
Aqui, da minha janela, olho o céu...
Tantas estrelas... A Lua está escondida!!!
Aguardo ansiosa por uma estrela cadente...
E peço um desejo...
Só um...
A morte!