Certa madrugada fria irei de cabelos soltos ver como crescem os lírios. Quero saber como crescem simples, belos e perfeitos!Ao abandono nos campos...

terça-feira, novembro 25, 2008





Não sei bem o que quero escrever e nem sei se quero...
Mas preciso.
Preciso gritar aqueles gritos que sufocamos na alma ao perder um grande amigo.
Ao não entender porquê... (porquê meu Deus?)
O amor...
O mais genuíno
O mais franco e verdadeiro
Tantas vezes... Parece não bastar.
Fico pensando se as vidas têm desenhos parecidos.
Se os meus zig-zags são apenas o reflexo de outros tantos.
Ou se sou eu
Ou tudo à minha volta...
Que tem esse carácter sempre provisório.
Sendo eu tão afeita à eternidade dos meus sentimentos.
Sim. Já aprendi que sobrevivo a tudo (ou a quase tudo) que dou a volta por cima, que contorno os adversários, e corro para ganhar o troféu da glória,
por ter sido autêntica mas...
Que valor tem isso?
E o que será do resto dos meus dias...
Em eternos desafios?
E quando eu me cansar das provas,
E quando já não sorrir das sovas,
Que ingênua me permito receber?
Sei lá porque justo hoje - sem motivo-
Eu escrevo...
Talvez para não me esquecer.
De mais um "caldo" que a vida me deu e que eu resisti voltei à tona ainda respiro e ainda vivo.

quarta-feira, novembro 19, 2008

Minha amiga do coração!

Partiste...
O teu sorriso, o teu olhar, as tuas palavras amigas já não moram ao meu lado.
Foste em busca do teu sonho, da tua felicidade, da tua realização...
E eu...eu fiquei a chorar a tua ausência, a saudade dói cada dia mais.
Sinto a tua falta...sinto a falta das tuas gargalhadas, das tuas palavras, da tua companhia...sinto a falta da amiga especial que sempre foste.
A saudade é grande mas a nossa amizade será sempre maior.
E, afinal o Brasil, não é assim tão longe...
Este post, é só para ti, minha amiga querida!
Adoro-te Isabel...


terça-feira, novembro 18, 2008

Perdi-me...


Não sei porquê, nem quando ou como,...as paredes que me protegiam caíram e o chão a meus pés cobriu-se de estilhaços que me rasgam a pele.
E a cada passo sem rumo sinto a fatalidade do próximo golpe.
Procuro a direcção da felicidade mas a dor das feridas não me deixa vislumbrar senão a névoa dos destroços em meu redor.
Sinto o tempo a passar e não oiço nada...perdi-me de mim, e o fingimento diz-me que tudo é normal,...sendo o normal uma realidade inexistente.
Sinto presenças que fazem parte de mim, tento confiar nelas, sei que são elas que me aquecem do frio, por isso continuo a caminhar no mar de ruínas... procuro letreiros ou simples sinais que me descubram e me mostrem o caminho.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Sou o que sou...


Calada, respiro o meu próprio silêncio, bloqueio as saídas do meu pequeno mundo, não deixo que ninguém entre, nem que ninguém saia...páro um momento, respiro fundo, olho em frente e penso....
Quem sou eu afinal?
Pergunto-me a mim própria o que fui?
O que sou?
O que serei?
O que pretendo de mim?
Questiono-me mil vezes, olho bem para mim, para ti, para o mundo e para o resto das pessoas...não me identifico, não me encontro nem me justifico, apenas me critico e nem eu sei bem porquê!
Não!
Não sou poeta!
Não!
Não sou escritora!
Não!
Não sei quem sou!
Nunca soube, nunca fui, nunca fiz, nem nunca quis...saber de mim.
Vivi na ilusão, na minha pequena bola de sabão, no meu mundo perfeito...agora desfeito...com tantas expressões e realizações!
Fiz da vida uma pequena encenação, um jogo, o meu teatro pessoal, encenado na minha comédia, personagem principal de uma peça destinada...ao fracasso, condenada ao vazio, ao grito que não saíu de alguém...que já partiu e se calou para sempre!
Não!
Não me vou calar!
Não!
Não podes fazer de mim aquilo que queres que eu seja, sou livre, sou quem quero ser e só a mim me pertenço!
Não!
Não amei com medo de amar!
Não!
Não vivi o que tinha para viver..com medo de sofrer!
Sim!
É verdade!
Falsidade?
Não! Não! Não!
Sou transparente, nada é recente, sou apenas diferente do comum e do vulgar...só não me sinto como gente!
Não que não o queira ser, mas apenas sou o que sou!
Tenho os meus sentimentos, tenho valor, não tenho desculpa para ter dor, simples no lugar complexo, personalidade contruída, com pedras e gelo, que hão-de cair e derreter, descongelar a carência, ter calma e mais paciência, sentir de novo as emoções, outras tendências que hão-de vir.
Ainda não me encontrei, procuro e procurarei o meu caminho, longe....sozinho está, à espera de me ver por lá!
Sou como sou, só nao sei quem sou. Desejo amar? Quando me decidir a sair, a lutar, a não desistir...
Sim!
Calo-me de novo, abro a porta, olho para trás, despeço-me do mundo que me acolheu, saio sem querer saber, decidida a viver..fora do refugio agora deserto e cada vez mais perto procuro por mim, pelo caminho distante que devo seguir...à procura....de quem quero ser!
À procura de quem sou...

sexta-feira, novembro 14, 2008

Desaparecer


Porque é que temos sempre esta estúpida esperança de que um dia as coisas vão mudar?
Porque nos agarramos sempre à ideia de que um dia, vamos ser diferentes?
Ou que as pessoas vão ser diferentes.
Que um dia, vão olhar para nós e ver aquilo que realmente somos.
Ou aquilo que queremos ser...
Queremos acreditar, com tanta força, que um dia vamos merecer o olhar, o carinho, a amizade dos outros que não vemos a realidade.
Esse dia não vai chegar.
As pessoas não vão parar de nos pisar, de fazer de nós palhaços.
Não vão parar de nos tratar como algo descartável, que se usa quando precisamos e depois deitamos fora...
Eu não consigo ser assim!
E não quero mais o ser tratada assim.
Estou cansada de ser pisada, ignorada.
Estou cansada de gostar das pessoas... e descobrir que, de facto, ninguém gosta de mim.
Se eu desaparecesse hoje...será que alguém se importava?
Será que alguém notava sequer?
Quanto tempo demoraria até alguém se aperceber que eu não estava mais ali?
Estou tão cansada...
Estou tão farta de me esforçar por acreditar no bom das pessoas, no bom das coisas. Estou tão farta de nadar contra a corrente...que acho que não aguento mais.
Não consigo.
E agora?
O que faço agora?

segunda-feira, novembro 10, 2008

Carta ao vento!



Ele disse-me que eu escrevia
como o vento.
E tudo o que eu queria
era invadir a sua alma,
impregná-la com a minha presença,
tão suave e subtilmente
que ele nem desse conta...
De uma maneira que ele pudesse
até esquecer o meu nome,
mas que a lembrança de um vento
invadindo a sua alma
fosse tão indelével que não houvesse nem
mesmo como nomeá-la.
Queria que minhas palavras
ecoassem em seu coração
sem que se importasse a autoria.
Subtil como um perfume
que sentimos de repente
e que nos transporta para um não sabemos onde,
nem quando...
Mas para algum lugar que nos enleva.
Quando os olhos se fecham querendo
resgatar aquele sentimento que invade...
Que simplesmente invade,
com um prazer sugerido,
deixando escapar um suspiro anônimo.
A visão de um rosto na multidão
que se perde em promessas
nunca cumpridas.
Você escreve como o vento.
Um dia ele disse-me:
Escreves como o vento...

Sonhar...





Sinto-me um pouco uma intrusa vasculhando minha infância.
Não quero pertubar aquela menina no seu ofício de sonhar.

terça-feira, novembro 04, 2008

Diário da Eternidade




Deus fez-me intensa demais para que eu viva de futilidades...


Então, decidi fazer uma limpeza profunda.




Procurei todos os papéis velhos: velhos bilhetes recebidos, poemas de amores levianos, fotos com sorrisos amarelos, gente que envelheceu na memória, pedidos momentâneos de eternidade, que caducaram logo que se deu as costas;


As lembranças são boas, quando nos fazem recordar do quanto crescemos... melhoramos... vivemos! As lembranças nos fazem bem, quando são impulsos pra seguir em frente.


Joguei fora as dores causadas por quem deixou de ser, quem decidiu partir sem motivo aparente ou que, por vontade própria, resolveu desistir, tomando um rumo ainda mais doloroso e solitário... Foi!


Quem fica, decide por ti... Quem vai é egoísta ao ponto de preferir sofrer sozinho que ao teu lado.


Abri as gavetas, revolvi os armários e retirei de mim aqueles que amam só de palavras, sem acções. Não que não goste das palavras ou que não as ache necessárias... mas não se vive só delas. Reli algumas frases e lembrei que palavras sem sentimentos tranformam-se em poesia vã... pois é, na verdade da escrita que se eterniza as entrelinhas.


Acções, mesmo que pequenas acções marcam a vida pra sempre... muito mais que grandes palavras.


Arrumei as idéias, alguns sentimentos. Só que alguns deles são difíceis de organizar. Teimam em não ficar quietos... normal para um ser tão intenso.



Percebi que não dá para permanecer somente com as coisas boas que recebemos na vida, mas podemos reciclar tudo que recebemos, mesmo o que não é bom, transformar em coisas boas... em aprendizagem, por exemplo.



Olhei para minha parte insensível... aquela que é regida pela objetividade crua. Não sabia o que fazer com ela. Tive medo de não sentir... de um dia tentar jogá-la fora e perceber que só ela me restara. Mas como um ser tão intensamente inquieto poderá um dia deixar de sentir?


Percebi que há males necessários... aqueles que ajudam a contrabalançar o que somos.


Para quem sente tudo "à flor da pele", há de se deixar de sentir algumas coisas, para poder deixar ir algumas pessoas, para poder abrir espaço a novos amigos, para poder abrir o coração a novos amores, para poder continuar sentindo... Porque até quando sentimos demais e o tempo todo corremos o risco de adormecer demais o coração, banalizando o que um dia foi importante.


Deixei ficar... pra me lembrar que tudo passa... tudo segue... que todo amor um dia adormece... que toda dor um dia finda.


Limpei...


Arrumei...



Ressurgi...


Pois é assim que tiramos as cinzas das asas da Fenix, para que o vôo do renascimento seja ainda mais instigante, porque quem nasceu pra ser intensa, usufrui a eternidade em cada um dos momentos da vida!