Certa madrugada fria irei de cabelos soltos ver como crescem os lírios. Quero saber como crescem simples, belos e perfeitos!Ao abandono nos campos...

terça-feira, setembro 18, 2007

Morte lenta...

Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá conversa para quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.

terça-feira, setembro 11, 2007

Desabafo...

Quando resolvi criar este blog, a minha intenção nunca foi falar de mim...
Nunca falei da minha vida!
Os textos são 90% inventados,10 % reais, gosto de escrever, e sempre que tenho tempo e disposição, escrevo!
Excepção dos que falam do meu pai... esses são reais e sentidos!
Não gosto de me expor... não é do meu feitio!
Mas hoje resolvi desabafar... e este texto faz parte dos 10% reais, pelo menos é o que sinto.
Sinto-me triste e revoltada!
Sempre fui uma acérrima defensora da geração actual, e quando me dizem que o mundo está perdido, eu acho um tremendo disparate! Ou pelo menos achava...
Não gosto do que vejo...
Vejo uma nova geração de pais, a darem péssimos exemplos aos seus filhos...
Ensinando-lhes a serem egoistas, e até cruéis!
A ganância, a vontade de vencer tudo e todos, leva-os a levar tudo à frente (nem que para isso alguém inocente, pague o "pato")!
Não têm a humildade, de assumir os erros, ( ou são burros ou imbecis) porque todos erramos... é uma das facetas humanas...
E o acto de pedir desculpa, não lhes empobrece o espírito, muito pelo contrário.
Quase que exigem que a criança opte entre a familia de um ou de outro...
Os amigos e padrinhos são impingidos, como se a criança fosse um boneco...
Mas ela é um ser humano, olha... vê... pensa...
E age igual aos pais...
É este o nosso futuro... homens e mulheres egoistas, mal agradecidas, sem humildade, sem caracter, e pior que isso, pensam que o mundo gira à volta do umbigo delas...
Nesta guerra de estupidez e falta de caracter eu não entro...
Fico na plateia, assistindo a mais um acto de uma peça de teatro que nunca mais tem fim...
Os actores odeiam-se, mas fingem amarem-se...
A mim não me aflige particularmente, já estou velha demais para ver o desfecho...
Mas espero sinceramente, que se um dia eu tiver um neto, o meu filho lhe ensine, tudo o que eu um dia aprendi com os meus pais, e lhe transmiti.
A ser generoso, humilde, saber perdoar, e o mais importante de tudo, saber respeitar os outros.
E que saiba impor-se, como homem que é, sempre que a vida o exigir... e não se deixar levar...
A falta de personalidade, é dos piores defeitos que existe...
E tenho tanta pena de ver pessoas, que eram gentis e carinhosas, serem levadas por outras sem caracter... já não há remédio! perderam-se... de si mesmas e dos outros!
Afinal... tenho que dar a mão à palmatória...
O mundo está mesmo perdido!...
Estamos entregues à bicharada... Mas aqui no meu galinheiro, ainda mando eu!
Quem gosta, gosta!
E quem não gosta, sinceramente, não me faz falta...
E se há uma coisa que nunca fui, foi pobre de espirito...
Pobre de dinheiro... mas rica de sentimentos... e de consciência tranquila...
Quantos podem dizer o mesmo??????