Certa madrugada fria irei de cabelos soltos ver como crescem os lírios. Quero saber como crescem simples, belos e perfeitos!Ao abandono nos campos...

quarta-feira, novembro 28, 2007

Não te quero ver triste!!


Após um tempo ausente, perdida entre muralhas e planaltos esquecidos...eis que volto ao lar, ao local mais recôndito de mim mesma,...ao único sitio em que sinto verdadeiramente vontade para escrever!
Passa o tempo, passa a vida, apenas as amizades não são esquecidas!
Para ti:
Perdão se nem sempre te lembro que estou presente, perdão se nem sempre te agradeço o quão importante és para mim (sempre o foste), perdão por algo que não fiz e perdão por algo que tenha feito!
Tu, e só tu sabes quem és, a cada dia que passa me mostras que existem coisas que não mudam, que não passam, que pequenas coisas como o simples sorriso de uma criança se podem prolongar para toda a vida!
Mesmo estando longe, consegues ser a pessoa mais próxima de mim, porque por mais perto que estejamos uns dos outros...dificilmente conseguimos desvendar a essência de cada um que nos rodeia...e tu...minha amiga...consegues ler nos meus olhos aquilo que um Mundo não consegue entender por palavras!
Obrigado por aquilo que és, por aquilo que foste e por aquilo que a cada dia que passa lutas por ser!
Não te quero ver triste, não te quero ver sofrer...a vida é um labirinto...antes de encontrares a tua saída irás esbarrar contra muitas paredes...agora só tens de te erguer bem alto, ter coragem para voltar para trás e tentar tudo de novo...tenho a certeza que vais conseguir!
De alguém que não se esquece de ti =) Adoro-te!

terça-feira, novembro 27, 2007

Fugir...


Quero FUGIR!!!
Fugir de um sentimento que me desfoca o pensar....fugir de gente que inocentemente me está a atormentar...fugir da monotonia da minha circunstância e procurar a marginalidade da minha velha infância!
Vou fugir!!! Procurar um lugar...um lugar onde possa ser eu....um lugar onde possa ser eu sozinha....um lugar onde sozinha eu sinta que o "Eu" chega!
Vou partir por um caminho, sem sentido, onde apenas a vontade interfira na minha decisão e onde apenas a liberdade do meu coração possa vir a trazer qualquer tipo de razão!
Vou fugir....vou correr pelo ar, saltar, vou perfurar uma terra, sentir uma atmosfera, vou esbarrar...esbarrar contra o vento e morrer por dentro! Vou levitar e olhar para baixo....vou ver gente com tudo, gente sem nada e vou ver gente com tudo que contudo não é nada!
Vou para casa...decidi...vou reviver um passado que recentemente apenas tenho sonhado...vou pegar nas várias mãos que me acolherão e vou beijá-las...uma a uma...porque em cada mão deixei um dia aberto o meu coração!

terça-feira, novembro 20, 2007

Desilusão...


Sinto-me traída, frustada, enganada, triste... e vazia de sentimentos!

Sem ter dado conta, fechei-me por dentro...

E, até as lágrimas, que antes afloravam, por um simples poema de amor... secaram!

Entre uma e outra desilusão, fechei as portas do coração.

E... perdi a chave...

Estará definitivamente perdida???

Ou será que está escondida, algures entre o trilho do amor e o trilho da amizade, o espaço que os separa é tão pequeno... que não deve ser dificil encontrá-la.

A qualquer momento, pode ser encontrada, atrás de um poema, por baixo de uma frase de amizade, ou mesmo escondida no meio do desejo... ( saltitante entre a amizade e o amor)!

Se alguém a encontrar, por favor, não a utilize de imediato...

Guarde-a num local especial... e pondere... se quer realmente abrir a porta, há tanto tempo fechada.

Pense qual o trilho que vai percorrer...

Se escolher o caminho da amizade, estará acompanhado por todas as pessoas que amo e respeito! É uma estrada iluminada, cheia alegria e esperança...

Se resolver arriscar, e escolher o trilho do amor... prepare-se para caminhar só, numa estrada onde a escuridão tomou o lugar supremo!

E, onde o final nem sempre é o pretendido, acabam muitas vezes, por se perder, nas várias ramificações... Primeiro encontram a saída para a atracção, depois a do desejo, a seguir muitas mais equivalentes...

Como poderá alguém encontrar um local, que até por mim foi esquecido e abandonado!

O percurso pode não ser fácil, mas a recompensa, é um coração inchado de amor para dar, depois de tantos anos comprimido dentro da caixa fechada...

Depois de aberta a caixa, não é só o coração que vai soltar... são todas as outras emoções, que eu escondi, como medida de prevenção, contra "actos de vandalismo"!!

Ainda assim, tem coragem de seguir em frente??... ou dá meia volta, e percorre o trilho da amizade??

segunda-feira, novembro 19, 2007

Domingo à tarde!


Sentada, no sofá, tento ler...

O livro é de Fernando Pessoa, que eu adoro! Mas não me consigo concentrar...

Um turbilhão de pensamentos amontoa-se, como que a pedir o previlégio de ser o primeiro.

Desfolho o livro com algum desinteresse, e uma frase chama a minha atenção, a certa altura da sua narrativa, o autor diz: " Não acredito em Deus, porque nunca o vi..."!

Fiquei a pensar no assunto... e logo penso numa outra frase, esta provavelmente, muito mais conhecida, que é de Tomé, (Um dos supostos apóstolos de Jesus): " Ver para crer"!

É no minimo insólita e controversa, esta frase de Tomé...

Fiquei confusa, e resolvi sair... sem rumo, pelas ruas da cidade!

Evitei as mais movimentadas, ( não fosse encontrar alguém conhecido, e desperdiçar a minha tarde de domingo, com conversas fúteis...).

Enveredei, por ruelas, onde normalmente nunca passo, e quando dei por mim, estava parada em frente a uma igreja, (a porta estava aberta, caso raro nos dias de hoje...)

Olhei para a fachada, e para todos os pormenores arquitectónicos, havia três anjos de cada lado da ombreira, que dá a ilusão que são eles que a mantêm de pé. Estão sorrindo, como se toda aquela pedra, pesasse tanto como uma nuvem.

Senti-me tentada a entrar no templo, ( tenho de confessar que não sou muito dada a religiões, sejam elas de que natureza forem...), e entrei.

Os meus passos ecoavam pela nave principal, como que a anunciar a minha chegada, e só parei em frente ao altar!

É lindo, todo construido em talha dourada, e estava decorado com flores frescas, o cheiro das rosas, ainda pairava no ar... e no meio lá está Ela...

A imagem de uma mãe, segurando seu filho ao colo, tentando protegê-lo de tudo e de todos, ( não é o que fazemos todas??).

Concentrei-me no olhar da Mãe, e pareceu-me triste e frio... Imaginei que o artista, não estivesse muito feliz, no dia que resolveu dar cor e sentimento aquela face de pedra.

Virei-me, na direcção do seu olhar, e afinal, ela olhava, para seu filho já adulto, morto, crucificado...

Sentei-me, pensando que nem Ela tinha conseguido evitar tamanha tragédia! E por isso a dor marcava seu rosto lindo, abençoado pelo artista que lhe deu sentimentos.

Dei por mim a rezar...( Aquelas orações que toda agente conhece, mas dizem desconhecer, vá-se lá saber porquê!)...

Eu confesso!

Rezei!

Não pedi nada, como já disse, não acredito que as preces sejam atendidas... ( Ela nem conseguiu, para o seu próprio filho...)

Mas rezei!

E não consegui conter as lágrimas, deixei que rolassem, até secarem as emoções!

O sino da torre tocou... e trouxe-me de volta à realidade.

Não sei quanto tempo passou, e também não tinha a menor importância, ninguém me esperava!

Lá fora a noite caía sobre a cidade, e a passos lentos, encaminho-me para casa, sinto uma estranha sensação de paz, de alivio...

Mas o som das novas tecnologias, diz-me que alguém quer falar comigo, olho o numero no visor, e está privado...

Resolvi não atender...

Hoje não!

hoje não vou ligar a TV, e ver uma sucessão de programas disparatados, sem assunto e sem nexo!

Hoje ninguém me vai roubar, este sentimento de paz que estou sentindo...

Desligo o telemóvel, e entro em casa!

Hoje, não!!!...

segunda-feira, novembro 12, 2007

Para ti amiga!!!


Nascemos independentes da nossa vontade. Mas a vida é um encanto. E nos encanta.Os primeiros risos, as primeiras flores, os primeiros amanheceres, os primeiros anos... as primeiras descobertas. Vamos desbravando a vida e enfrentando o desconhecido maravilhados...

Então vêm os primeiros nãos... As primeiras quedas, as primeiras decepções, as primeiras lágrimas que não nos impedem, nem por isso, de ir em frente!
Mas um dia o desconhecido, o inexplicável, pode tirar nossa vontade de viver.

As perdas, as grandes, aquelas sem volta que, por mais alto e forte que gritemos, fazem-se de surdas...

E a vida perde seu sentido...

Os amanheceres e entardeceres tornam-se uma e a mesma coisa: tristes! Recusamo-nos a ver a luz do dia, o sol que brilha, a vida que palpita, os pássaros que cantam e as flores que, teimosas, continuam se abrindo em total indiferença à nossa dor.

E é preciso, nesse momento onde queremos parar mas que a vida não pára... é preciso reaprender a viver.

Não aceitamos nossas perdas irreparáveis e absurdas, mas precisamos aprender a viver com elas e apesar delas. E ver a vida com outros olhos. Talvez, reconhecer de vez nossa pequenez diante do desconhecido. E reviver...

A pequenos passos, tímidos, lentos, tal qual criança que ainda não viu nada, mas com a sabedoria dos velhos que já sabem que a vida é um poço de mistérios.
E vamos assim, não importa nossa idade, desbravando novamente a vida. Vamos sorrir novamente. Ver a luz do dia, olhar nos olhos dos que ficaram e que estiveram do nosso lado mesmo quando estivemos temporariamente cegos a tudo o mais. Ver as flores, que nunca desistiram de viver e experimentar o dia-a-dia, novos gostos dessa nova vida que se oferece a nós.Tudo pode ter um fim. Mas todo fim pode ser o início de um recomeço. E a vida continua linda...

Força, amiga... estou sempre cá...

Até Deus deixar....