Certa madrugada fria irei de cabelos soltos ver como crescem os lírios. Quero saber como crescem simples, belos e perfeitos!Ao abandono nos campos...

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Morri-te...


Hoje morreste-me!
Perdi-te algures entre a distância que separa o coração da alma.
Tornaste-te inexistente em mim, só o frio restou... o nada do pouco que havia.
O teu sorriso e as minhas lágrimas diluíram-se em água ... O teu olhar pertence a outra!
Perdi o corpo jamais tocado, o beijo tão desejado, o abraço reconfortante!
Morreste-me!
Mas renasceste para outro alguém... que aos poucos me roubou o teu sorriso, o teu abraço, o teu beijo...
Conquistou-te, e deu-me o poder de sentir desilusão, dor, angústia, solidão...
Perdi-te... Mas nunca te ganhei!
Perdi de conhecer o calor do teu corpo, sentir o teu desejo...
Perdi-te nas noites de insónias, desapareceste entre os acordes das minhas músicas... Ou seriam nossas?
Nunca tentaste perceber o meu olhar, nunca decifraste as minhas palavras, nunca entendeste o meu sorriso, nem olhaste para dentro dos meus olhos... Tanto amor existia em mim...
Ficou o sonho, a ilusão, o vazio entre nós.
Uma realidade nunca assumida... Mas conhecida!
A ausência de tudo o que não existiu, no nada que persistiu!
Perdeste-me!
Morri-te!...

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Quase tudo...


Quero…

Uma música de Liszt

Uma pintura de Chagall

Um piano preto

Um violino branco

Um vestido transparente

Uma aguarela de sossego

Um céu pleno

Uma lua branca

Uma nuvem lilás

Uma estrela amarela

Um mar azul

Um beijo vermelho

E a palavra amo-te num envelope fechado

Colado com amor invisível.



Não é pedir muito... é um quase nada de tudo.

quinta-feira, janeiro 07, 2010


Há dias assim.
Terríveis...
Dias que não chegam ao fim e quando chegam, parece que ainda nem começaram.
A cabeça num rodopio, os nervos miudinhos a aflorarem a pele.
Dias como o de hoje em que só queria...
Não sei. Nem sequer sei o que queria.
Talvez que tudo ficasse suspenso.
Como os jardins da Babilónia em jeito de maravilha.
Como quando em crianças inspiramos muito antes de mergulhar e nem sabemos o que aconteceu, como se não existíssemos lá em baixo.
Apenas sabemos que estivemos debaixo de água quando os olhos aflitos e a respiração a encher de rompante os pulmões, quando já à tona de água.
Como um inspirar de vida e depois, nada.
Ir ali só para morrer um bocadinho e depois voltar.
Sabes como é?
Talvez que o mundo parasse.
O relógio ficasse quieto, que ao meu redor tudo ficasse mudo.
Para não ouvir.
Para não sentir.
Para não falar.
Para não pensar.
Não sorrir.
Não amar.
Nada.
Ficar encolhida num canto sem medo de nada porque nada mexe, nada avança, nada existe.
Quieta apenas.
Dias em que pudesse por momentos, não viverem.
Hoje, não me apetece viver.
Sem que isso signifique morrer ou querer morrer.
Deve soar-te estranho.
Mas hoje, nem sequer quero explicar...