Certa madrugada fria irei de cabelos soltos ver como crescem os lírios. Quero saber como crescem simples, belos e perfeitos!Ao abandono nos campos...

quinta-feira, outubro 25, 2007

Será?


Sentada no rochedo, olho o mar...

Esta rotina, repete-se dia, após dia, sempre ao entardecer!

Gosto de ver o Sol esconder-se, e a deixar reinar a Lua...

Adoro ver o momento em que os dois se encontram, e imagino que por breves segundos, juram amor eterno...

Desde menina, que eu imagino que o Sol tem um amor platónico, pela Lua. E até tinha arranjado, um motivo, por Deus os ter separado... Talvez, tivessem desafiado e Todo Poderoso, e Ele, tinha-os separado para sempre...

Mas isto claro, eram ilusões de menina...

Depois, os cientistas, destruiram a minha ilusão...

Mas não deixa de ser um espectáculo único... E, eu não me canso de olhar...

Com as pernas dobradas e os braços a rodeá-las, pouso o rosto, nos joelhos e fixo o horizonte.

O mar... a linha ténue, que o separa do céu.

O movimento sensual das ondas...

Tudo isto me fascina, me emociona e me deslumbra!

Ali, naquela praia deserta, embora esteja só, não sinto a solidão...

Desço do rochedo, e descalça, começo a andar pela praia.

Deixo o mar tocar-me! Suavemente... Como se me pedisse permissão, para me acarinhar!

E, eu deixo.

Conto-lhe os meus segredos... As minhas desilusões... Frustações... Sonhos!

Ele ouve-me!

Eu sei que ele me ouve...

E também sei, que ele vai lá estar sempre para me ouvir!

Para me acariciar os pés, com a sua água morna...

Para me limpar as lágrimas, com a sua água salgada...

Sento-me na areia molhada, e fixo o infinito...

Que se esconde por detrás daquela linha??

Países distantes, que nunca vou conhecer...

Será que tu vives em algum deles??

Deixo-me levar pelo som que as ondas fazem ao tocar na areia, e deito-me...

A água chega até mim... então, tenho a sensação que o mar, me diz sussurrando:

" Ele vai voltar!"

Será que foi ilusão??

Levanto-me, e corro para casa...

Mas, em vão...

Não estavas lá... não tinhas voltado!

Talvez amanhã...

Amanhã, vou voltar a sentar-me no rochedo...

Será que existe amanhã para nós?...

Será?...