Certa madrugada fria irei de cabelos soltos ver como crescem os lírios. Quero saber como crescem simples, belos e perfeitos!Ao abandono nos campos...

quinta-feira, agosto 07, 2008

Nós mulheres...


Dizem que, a uma certa idade, nós as mulheres nos tornamos invisíveis.
Que nossa actuação na cena da vida diminui e que nos tornamos inexistentes para um mundo onde só cabe o impulso dos anos jovens.
Eu não sei se me tornei invisível para o mundo, mas pode ser.
Porém nunca fui tão consciente da minha existência como agora, nunca me senti tão protagonista da minha vida, e nunca desfrutei tanto cada momento da minha existência.
Descobri que não sou uma princesa de contos de fada; descobri o ser humano sensível que sou e também muito forte.
Com suas misérias e suas grandezas.
Descobri que posso me permitir o luxo de não ser perfeita, de estar cheia de defeitos, de ter fraquezas, de me enganar, de fazer coisas indevidas e de não corresponder às expectativas dos outros.
E apesar disso…
Gostar de mim
Quando me olho no espelho e procuro quem fui… sorrio àquela que sou…
Me alegro do caminho andado, assumo minhas contradições.
Sinto que devo saudar a jovem que fui com carinho, mas deixá-la de lado porque agora me atrapalha.
Seu mundo de ilusões e fantasias, já não me interessa.
É bom viver sem ter tantas obrigações.
Que bom não sentir um desassossego permanente causado por correr atrás de tantos sonhos.
“A vida é tão curta e a tarefa de vivê-la é tão difícil
que quando começamos a aprendê-la, já é hora de partir "

1 comentário:

s disse...

Um texto muito bonito mas acima de tudo real, na minha opinião se o papel da mulher não é inexistente é muito doloroso, desprezado e apesar de estarmos numa sociedade de direitos ainda é fragilizada e descriminada, mais uma coisa que eu não entendo, mas tenho a certeza que não irei entender.
Numa sociedade onde o consumo é o prato do dia, económico ou não. Temos a mulher a ser julgada e menosprezada em anúncios de televisão, onde não passa de uma bonita imagem e é tratada como um mero objecto sexual. Temos a mulher a executar a mesma tarefa que um homem porém a diferença salarial é grande. Temos a mulher como Mãe onde nesse papel não é dada a menor importância da tarefa mais importante pelo menos para mim. Temos a mulher como dona de casa onde esse papel parece ser a obrigação dela e pertencer ao ADN, do qual estou inteiramente contra. Acho que não preciso de dar mais exemplos, devia haver uma evolução assim como o mundo avança e a vida continua a cada nascer do Sol.

A frase que mais me tocou neste teu texto foi: "...descobri o ser humano sensível que sou e também muito forte. Com suas misérias e suas grandezas.", por isso digo que és muito especial.

Os meus parabéns a todas as mulheres com M maisúsculo.

beijinhos.