Certa madrugada fria irei de cabelos soltos ver como crescem os lírios. Quero saber como crescem simples, belos e perfeitos!Ao abandono nos campos...

terça-feira, novembro 04, 2008

Diário da Eternidade




Deus fez-me intensa demais para que eu viva de futilidades...


Então, decidi fazer uma limpeza profunda.




Procurei todos os papéis velhos: velhos bilhetes recebidos, poemas de amores levianos, fotos com sorrisos amarelos, gente que envelheceu na memória, pedidos momentâneos de eternidade, que caducaram logo que se deu as costas;


As lembranças são boas, quando nos fazem recordar do quanto crescemos... melhoramos... vivemos! As lembranças nos fazem bem, quando são impulsos pra seguir em frente.


Joguei fora as dores causadas por quem deixou de ser, quem decidiu partir sem motivo aparente ou que, por vontade própria, resolveu desistir, tomando um rumo ainda mais doloroso e solitário... Foi!


Quem fica, decide por ti... Quem vai é egoísta ao ponto de preferir sofrer sozinho que ao teu lado.


Abri as gavetas, revolvi os armários e retirei de mim aqueles que amam só de palavras, sem acções. Não que não goste das palavras ou que não as ache necessárias... mas não se vive só delas. Reli algumas frases e lembrei que palavras sem sentimentos tranformam-se em poesia vã... pois é, na verdade da escrita que se eterniza as entrelinhas.


Acções, mesmo que pequenas acções marcam a vida pra sempre... muito mais que grandes palavras.


Arrumei as idéias, alguns sentimentos. Só que alguns deles são difíceis de organizar. Teimam em não ficar quietos... normal para um ser tão intenso.



Percebi que não dá para permanecer somente com as coisas boas que recebemos na vida, mas podemos reciclar tudo que recebemos, mesmo o que não é bom, transformar em coisas boas... em aprendizagem, por exemplo.



Olhei para minha parte insensível... aquela que é regida pela objetividade crua. Não sabia o que fazer com ela. Tive medo de não sentir... de um dia tentar jogá-la fora e perceber que só ela me restara. Mas como um ser tão intensamente inquieto poderá um dia deixar de sentir?


Percebi que há males necessários... aqueles que ajudam a contrabalançar o que somos.


Para quem sente tudo "à flor da pele", há de se deixar de sentir algumas coisas, para poder deixar ir algumas pessoas, para poder abrir espaço a novos amigos, para poder abrir o coração a novos amores, para poder continuar sentindo... Porque até quando sentimos demais e o tempo todo corremos o risco de adormecer demais o coração, banalizando o que um dia foi importante.


Deixei ficar... pra me lembrar que tudo passa... tudo segue... que todo amor um dia adormece... que toda dor um dia finda.


Limpei...


Arrumei...



Ressurgi...


Pois é assim que tiramos as cinzas das asas da Fenix, para que o vôo do renascimento seja ainda mais instigante, porque quem nasceu pra ser intensa, usufrui a eternidade em cada um dos momentos da vida!

1 comentário:

s disse...

Adorei este diário da Eternidade, que esteja sempre presente na tua vida. Realço a conclusão: Pois é assim que tiramos as cinzas das asas da Fenix, para que o vôo do renascimento seja ainda mais instigante, porque quem nasceu pra ser intensa, usufrui a eternidade em cada um dos momentos da vida!

Que os bons e melhores momentos da tua vida sejam eternos.

beijinhos.