Certa madrugada fria irei de cabelos soltos ver como crescem os lírios. Quero saber como crescem simples, belos e perfeitos!Ao abandono nos campos...

segunda-feira, novembro 10, 2008

Carta ao vento!



Ele disse-me que eu escrevia
como o vento.
E tudo o que eu queria
era invadir a sua alma,
impregná-la com a minha presença,
tão suave e subtilmente
que ele nem desse conta...
De uma maneira que ele pudesse
até esquecer o meu nome,
mas que a lembrança de um vento
invadindo a sua alma
fosse tão indelével que não houvesse nem
mesmo como nomeá-la.
Queria que minhas palavras
ecoassem em seu coração
sem que se importasse a autoria.
Subtil como um perfume
que sentimos de repente
e que nos transporta para um não sabemos onde,
nem quando...
Mas para algum lugar que nos enleva.
Quando os olhos se fecham querendo
resgatar aquele sentimento que invade...
Que simplesmente invade,
com um prazer sugerido,
deixando escapar um suspiro anônimo.
A visão de um rosto na multidão
que se perde em promessas
nunca cumpridas.
Você escreve como o vento.
Um dia ele disse-me:
Escreves como o vento...

1 comentário:

s disse...

Muito bonito este texto, adorei, que o vento te traga tudo o que mereces.

beijinhos