Certa madrugada fria irei de cabelos soltos ver como crescem os lírios. Quero saber como crescem simples, belos e perfeitos!Ao abandono nos campos...

quarta-feira, maio 29, 2013


Não gosto de sentir saudades.
Detesto sentir aquele aperto no peito, aquela vontade de estar só, o nó na garganta que não se desfaz, as lágrimas que teimam em cair mesmo contra a nossa vontade.
Aprendi desde cedo a não me apegar muito às pessoas, a vida de emigrante é assim, família e amigos de um lado, família e amigos do outro, e com certeza as saudades seriam inevitáveis.
Claro que em criança isto não se aplica, não conseguimos evitar o pranto quando depois de dois meses em casa dos avós nos arrancam para voltar para o país de acolhimento, o aconchego da casa dos avós é indecifrável.
Mas com o tempo fui aprendendo a contornar a dor, se é que isso se aprende.
Pelo menos tentava não me dar muito, para que do outro lado também não houvesse vontade de proximidade… egoísta pensam vocês… não… apenas um modo de defesa.
Quando regressei de vez a Portugal claro que senti falta de algumas pessoas mas a tal dor dilacerante não a senti. As lágrimas caíram (afinal sou humana) mas não passei pelos outros sintomas, custou sim, mas passou.
No dia-a-dia sinto falta de algumas pessoas que passaram pela minha vida, que de alguma forma foram importantes para mim, mas não sinto falta de ar nem nó na garganta ao pensar nelas. Normalmente sorrio quando elas vêem à memória e passa.
Hoje dou comigo a ter saudades, é verdade… hoje acordei com o nó na garganta, com o peito apertado que não me deixa respirar e as estúpidas lágrimas que forçam a saída.

“Está com saudades do pai” pensam vocês.

Verdade…
Dele tenho sempre saudades, mas hoje dei por mim a ter outro tipo de saudade, uma saudade que pensei nunca vir a sentir, saudades de mim.
De quem fui, do que fiz, a até saudades do que não fiz e até hoje me arrependo.
Acautelei-me tanto para não me apegar muito às pessoas que esqueci de me precaver contra a minha pessoa.
Hoje o passado chegou abruptamente à memória e as lágrimas que andei a conter, já rolam soltas e quentes pela minha face.
E o gosto amargo e doce da saudade está por aqui hoje.



8 comentários:

homem sem blogue disse...

Essas saudades são as mais fáceis de resolver. Só dependem de ti e daquilo que queres ser na vida...

homem sem blogue
homemsemblogue.blogspot.pt

Canca disse...

Vai ao teu reencontro, se há alguém de quem é possível não nos perder-mos é de nós... embora muitas vezes tenha a sensação que sou bem diferente do que gostava de ser...

Beijos

Same Old Guy disse...

Era inevitável que este dia chegasse.

Sente um beijinho meu e um abraço apertado ****

NightDark disse...

Podem haver coisas que não voltam, mas estás sempre a tempo de te rencontrar com esse passado que tanto gostavas!

ViVe!!

Joquinhas

Isabel disse...

Transforma as lágrimas sofridas de saudade, em lágrimas doces de recordações de todos os bons momentos que guardas no teu coração!

beijinhos e um abracinho forte!!

Anónimo disse...

Vens para aqui descarregar as mágoas com o intuíto de roubar os homens das outras. Fazes-te de vitima e eles vêem todos juntos dar-te beijinhos e abraços.
Queres um conselho? Um deles está a usar-te... e tu nem dás conta. És uma tonta sem personalidade,porque ele vai voltar para a namorada.

Flow disse...

Tem dias que também tenho "saudades" e nem sei bem do quê. É uma certa nostalgia :) Vai passar vais ver :)
Beijinho

Sérgio disse...

Tenho saudades de algumas pessoas e de alguns momentos e em alguns casos é bom as pessoas vivem no nosso coração para sempre.

beijinhos grandes.