Certa madrugada fria irei de cabelos soltos ver como crescem os lírios. Quero saber como crescem simples, belos e perfeitos!Ao abandono nos campos...

terça-feira, julho 15, 2008

Espero


À espera.
À espera de tudo.
À espera de nada!
À espera de um tudo que não é nada.
À espera de não sei quê.
O cansaço que consome a minha alma.
A minha alma em pedaços.
O cansaço impede-me de continuar.
A espera insuportável.
Vivo de esperanças.
Vivo de ilusões.
Vivo do irreal.
Vivo de incertezas.
Vivo de palavras impossíveis.
Já não vivo de ti.
Vivo da memória que tenho de ti.
De sonhos.
De solidão.
Sinto-me encurralada no mesmo lugar há tempo demais.
Tempo que não pode ser contado.
Sinto-me sufocada.
Já não pertenço aqui.
Não é este o meu lugar.
Procuro o que resta de mim.
Tento encontrar-me.
Aquilo que levaste.
Tento juntar todos os pedaços de mim, mas ainda faltam partes vitais.
Caminho.
Parte de mim ficou para trás.
Caminho em direcção ao presente, deixando grande parte no passado.
Vou dando passos pequenos.
Passos de criança, como se estivesse a aprender a caminhar.
O percurso é longo e eu ainda agora comecei.
O cansaço.
O que resta de mim.
Não.
Não desisto.
Largo as memórias.
Continuo.
Muito devagar.
Passo a passo.
Lentamente.
Incompleta, levo-me.
Sigo.
Sozinha...

1 comentário:

s disse...

Eu penso que todos estão "à espera" e vivem disso "vivo", faz parte da vida. Não devia, no amor, tantas vezes falado e odiado algumas, devíamos amar e simplesmente sermos amados, mas quando construímos sonhos em tijolos de falsidade e mentira, um dia acabam por ruir, talvez por isso, não tenha vontade em construir, simplesmente vivo sozinho, somente.

A frase que mais gostei:
Passo a passo.
Lentamente.
Incompleta, levo-me.
Sigo.
Sozinha...


Faço agora isso todos os dias, infelizmente.

beijinhos.