Certa madrugada fria irei de cabelos soltos ver como crescem os lírios. Quero saber como crescem simples, belos e perfeitos!Ao abandono nos campos...

sexta-feira, abril 08, 2011

A voz



(*lembrei-me deste texto antigo, depois de ter falado ao telefone com alguém sobre este assunto.)


Reflicto sobre o poder da voz, talvez porque me sucedeu ter ficado praticamente afónica. Trata-se de um dos nossos mais poderosos instrumentos de comunicação e que tanto pode dizer sobre um ser humano.

Existem todos os tipos de vozes, as alegres, as meigas, descontraídas, as irritantes, as sem sal, as doces, as másculas, as calmas, as serenas, as hesitantes, as sensuais (mi liga vai?!)...
Apenas por ouvirmos a voz de uma pessoa podemos ficar a saber imensas coisas acerca dela, se conseguirmos ser ouvintes atentos até o seu estado de espírito nos é revelado. Curioso sempre me pareceu aquele fenómeno fantástico de o som da nossa voz nunca (ou quase nunca) corresponder aquele que é na realidade. E depois fica aquela sensação estranha... tipo... ok... esta sou eu?
Voltando à voz. A voz de uma pessoa não emite apenas sons, ou reproduz palavras, acima de tudo transmite emoções, sensações, sentimentos... as palavras são ecos que ficam, ecos da nossa alma em que a voz é uma das muitas formas de esta se mostrar ao mundo. Da voz recebemos informações que são tratadas conforme a nossa personalidade, mas também ( e principalmente) a forma como algo nos é dito. Que diferença não existe entre um simples “Olá” frio e distante, dito quase de fugida, baixo e em surdina, e um “Olá” dito com calor, daqueles em que mesmo ao telefone parece que conseguimos sentir um abraço.
E depois existem as vozes da nossa vida... à minha pertencem sem dúvida a minha (pois passo a vida a ouvir-me falar), a do meu Pai que ecoará eternamente na minha cabeça como um forte trovão, a do meu primeiro grande amor, doce e meiga a acalmar os meus nervos, a de Edith Piaf que apesar de não considerar melodiosa ecoa na minha alma como o desenrolar de uma tempestade, a de quem me acarinhou e ajudou a crescer na infância, juventude e ainda agora, ... e outras espero que mais venham.
(Entretanto penso na tua voz, que já nem sei ao certo a que soa, pois por mais que tente não me consigo fixar nela. Apenas eternizei aquilo que me fez sentir ... queres saber? Então questiona-me. Questiona-me até à exaustão com as tuas palavras e essa tua voz que não sei definir, pois estou em crer que dificilmente colocarás as questões certas às quais responderei com a firmeza de um olhar.
(E quem me dera estar errada... ))






1 comentário:

s disse...

Quando a resposta passa pela firmeza de um olhar nunca estamos enganados.
Acerca da voz eu diria só que a voz e o olhar revelam por completo uma pessoa, perante perguntas e respostas sabemos tudo.

beijinhos.