Certa madrugada fria irei de cabelos soltos ver como crescem os lírios. Quero saber como crescem simples, belos e perfeitos!Ao abandono nos campos...

segunda-feira, junho 08, 2009

Re(a)prender!

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Aqui continua a ser o lugar onde me reencontro, ao longo das diferentes fases da minha vida.
Aqui rasgo pesadelos, reuno forças, organizo pensamentos...
Sempre aqui, nesta folha em branco!
É assim desde sempre, descobri que aqui posso ser EU, sem medo.
Olho para trás, e descubro uma pessoa que se descuidou dela própria, em prol dos outros.
Agora que estou só, posso deixar caír todas as lágrimas contidas, sem me preocupar com as recriminações.
Depois dos últimos acontecimentos, é impossível reconstruir-me, existem situações que nos transformam drásticamente.
Estou em plena metamorfose, fechada num casulo, a água salgada que me lava o rosto, é tão escassa, como a empatia entre as esferas do universo.
A sociedade recrimina as nossas emoções, fragiliza-nos, ao ponto de termos medo, de mostrar a nossa dor, obriga-nos a mostrar o que não somos!
Sinto-me cada vez mais só, como se a dor fechasse cada vez mais o meu casulo.
Apesar disso tento ser forte, e reerguer-me a cada golpe!
Neste momento quero que saibas, que foram grossas as lágrimas que caíram, quando me analisaste tão friamente, num momento que não esperava...
Aconselho-te a não julgares uma dor que não é tua, uma raiva que não te corrói, não compares situações incomparáveis!
A raiva com que tenho vivido ultimamente está adormecida, a minha alma está dormente.
Por enquanto é melhor viver neste casulo, enquanto tendo dominar esta raiva, que pode ser perigosa.
Só se pode ser forte acompanhada, se primeiro aprender a sê-lo sozinha. E, isso é algo que dadas as circustâncias, eu ainda estou a re(a)prender.
Este é um caminho, que por muito que não queira percorrê-lo sozinha, não o sei fazer de outra forma...
Entenda-me quem puder!

3 comentários:

Unknown disse...

Gosto da maneira como escreves, a forma fácil como mostras os sentimentos, já uma vez falamos como a escrita pode ser um exorcismo. Uma forma de expormos a nós próprios o que nos incomoda, o que nos corrói para que uma vez assumida a dor ela possa ser eliminada. Escrever é o registo de algo, que por vezes nos permite olhar para o passado e para o presente dando-nos consciência do que temos de mudar no futuro.
Reaprender...
Reaprender é deixar para traz o que não interessa.
Reaprender é quebrar laços incoerentes, mesmo que seja doloroso.
Reaprender é olhar o sol de frente, mesmo que nos faça doer os olhos.
Reaprender é deixar o porto de abrigo e arriscar por mar dentro.
Reaprender é meter proa à onda e rasgar o mar, para que não seja o mar a rasgar-nos a nós.
Reaprender é criar novas âncoras e decidir onde as lançar.
Escrever e bem sobre a tristeza é interessante, dou-te os exemplos de Florbela Espanca (apaixonada pelos lirios e desapaixonada pela vida) ou José Luis Peixoto (um gótico assumido) que nos faz pesar a alma a cada linha. Mas escrever sobre a alegria de viver é muito mais compensador.
Escreves tão bem os sentimentos que te desafio a escrever um post sobre a alegria de viver.
Gosto de te ler, mas adorava sentir o sol na tua escrita.

Beijo
Softpoison

@--}--- de £ótus disse...

Eu esforço-me, mas às vezes, tenho dificuldade em entender!

O texto, no entanto, passa uma mensagem muito forte!

Beijos
@--}--- de £ótus

s disse...

Eu entendo-te perfeitamente, só lamento que exista a ideia de existir alguém que tenha essa capacidade de te fazer sofrer. E acho que por mais anos que passem, não vou entender, se há algum prazer no sofrimento dos outros.

Força e coragem, a vida ainda te vai reservar boas surpresas.

beijinhos.